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‘Sensação de choques e facadas’: Maringá tem 276 pessoas diagnosticadas com a ‘pior dor do mundo’

Recentemente, uma jovem de 27 anos, Carolina Arruda, viralizou nas redes sociais ao iniciar uma vaquinha online para custear uma eutanásia na Suíça. A estudante de veterinária convive há 11 anos com a ‘neuralgia do trigêmeo’, uma condição devastadora que provoca dores intensas, descritas como “choques elétricos e facadas”.

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Eselma Servente (esquerda) e Marioni de Cássia convivem com a pior dor do mundo. Foto: Arquivo Pessoal/Montagem GMC Online

No entanto, Carolina não está sozinha nessa luta: só em Maringá, 276 pessoas compartilham desse mesmo diagnóstico, segundo consta no sistema da rede municipal de saúde, enfrentando o sofrimento causado por aquela que é conhecida como a “pior dor do mundo”.

Conhecida como Cid G50, a doença, que afeta o nervo trigêmeo— responsável por transmitir sensações do rosto para o cérebro—, resulta em crises de dor tão intensas que chegam a ser incapacitantes, com episódios que podem durar de alguns segundos a vários minutos.

“É um choque que dura alguns segundos. Só que depois deste choque, fica uma dor na região do rosto. Às vezes posso estar dormindo e acordo com esses choques. Um simples abraço, para mim, em épocas de crise, é cruel”, descreve a costureira Eselma Servente ao GMC Online.

A história de maringaenses com o diagnóstico

No início, Eselma sentiu dores incomuns na cabeça, mandíbula e ouvido, suspeitando que poderia ser sinusite, já que a mandíbula doía intensamente. Buscando alívio, procurou um especialista.

Além de Eselma, o GMC Online entrevistou Marione de Cássia, uma vendedora de Maringá que vive há onze anos com a mesma condição, muitas vezes descrita como a “pior dor do mundo”. Marione conta que o diagnóstico transformou sua vida completamente.

“A primeira crise foi terrível. Não sabia o que estava acontecendo. A dor na mandíbula era tão intensa que eu não conseguia nem falar. No início, os medicamentos aliviavam, mas com o tempo, os analgésicos comuns deixaram de funcionar. Passei por vários médicos até chegar ao neurologista, que pediu uma angioressonância. Por isso, quando o diagnóstico veio, foi devastador. Essa doença realmente muda sua vida,” explica Marione.

Desde então, atividades simples, como receber um abraço, lavar e pentear os cabelos, ou escovar os dentes, tornaram-se extremamente dolorosas durante as crises.

“É muito complicado, e realmente é necessário tomar muitos remédios diariamente para não sentir dor. Acabamos vivendo sob o efeito dos medicamentos e não temos uma vida normal. No entanto, se reduzimos a dose, a dor insuportável retorna. No meu caso, preciso até tomar antidepressivos para lidar com as limitações que essa dor impõe, afetando tanto minha vida quanto a das pessoas ao meu redor,” comenta Marione.

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DIAGNÓSTICO. A neuralgia do trigêmeo, afeta o quinto nervo craniano e se divide em três ramos, o mandibular, o oftálmico e o maxilar. Foto: Reprodução/Pixabay

Dia Internacional de Conscientização da Neuralgia do Trigêmeo

Com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a neuralgia do trigêmeo, o Dia Internacional de Conscientização dessa condição é celebrado em 7 de outubro. Para apoiar outras pessoas que enfrentam o mesmo problema, Eselma criou um grupo dedicado a esclarecer dúvidas e compartilhar informações sobre o diagnóstico. O grupo no Facebook já conta com mais de 1.600 membros, enquanto o grupo no WhatsApp reúne mais de 400 participantes.

Condições da pior dor do mundo

A neuralgia do trigêmeo é uma condição rara, afetando cerca de cinco pessoas a cada 100 mil no Brasil, principalmente aqueles com mais de 50 ou 60 anos, devido à degeneração vascular relacionada à idade.

Os sintomas mais característicos incluem dores faciais intensas, muitas vezes descritas como choques elétricos, formigamento na face, além de olhos vermelhos e lacrimejantes. O diagnóstico é geralmente realizado por meio de uma avaliação clínica cuidadosa e exames de imagem, como tomografia.

Quando a neuralgia do trigêmeo está associada a outras condições de saúde, é crucial tratar a causa subjacente em primeiro lugar.

Eselma também enfatiza a gravidade da dor, que pode levar muitos a terem pensamentos suicidas. “É uma dor insuportável, e tudo o que você deseja é se livrar dela. Infelizmente, em muitos casos, isso leva a pensamentos suicidas. É algo muito sério,” alerta.

A importância de conscientizar sobre a pior dor do mundo

A vendedora Marione ressalta sobre a importância de conscientizar as pessoas para que a doença seja reconhecida.

“Antes não gostava de tocar no assunto porque as pessoas não entendiam o que era quando eu falava, mas com o tempo comecei a falar mais e participar mais nos grupos. Por isso, precisamos divulgar esse assunto e ter mais ajuda da saúde em geral que é bem escassa”, afirma Marioni.

Para quem deseja ajudar ou saber mais sobre a neuralgia do trigêmeo, basta entrar em contato com a Eselma no (44) 9 9118-9398. As informações são da GMC – ONLINE 

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