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Goleiro maringaense detalha tragédia que vitimou 174 torcedores na Indonésia: Só temia pela minha vida

A Torcida do Arema invadiu o gramado após perder no Estádio Kanjuruhan para o arquirrival, em jogo da 11ª rodada do certame nacional.

O que tinha para ser mais um clássico entre Arema e Persebaya Surabaya no Campeonato da Indonésia se tornou em uma das maiores tragédias já registradas na história do futebol, e um verdadeiro cenário de guerra no último sábado (1º). Logo após o apito final, torcedores do Arema invadiram o gramado em larga proporção para protestarem pela derrota de 3 a 2, e a situação terminou de forma aterrorizante, com 174 vítimas fatais e centenas de feridos.

Titular absoluto do Arema, o goleiro Adilson Aguerro, 0 Maringá, estava em campo no momento do ocorrido, chegou a ser cercado por torcedores no gramado e viu algumas pessoas morrendo sob o efeito de gás de pimenta, algo que ele classificou como as piores horas de sua vida em contato com a reportagem do Torcedorescom.

“Foi uma selvageria. Eu nunca havia presenciado isso na minha vida. Uma catástrofe total, estou até agora em pânico, em choque pelo que aconteceu. Eu estava em campo, joguei os 90 minutos. Foi lamentável, a gente ficou cinco horas preso nos vestiários. Nós vimos mortos na nossa frente. Foi muito gás de pimenta. Foram cenas horríveis”, desabafou Maringá.

No momento do estopim da confusão, Maringá relatou ter sido abordado por alguns torcedores, que realizaram cobranças pelo revés do Arema no clássico. Ele só conseguiu escapar do tumulto por conta da ação policial.

“Quando termina o jogo a gente tem por hábito cumprimentar a torcida, ficar ali no gramado independente do resultado. Mas eles começaram a invadir. Pulou um a policia conteve, no segundo tempo, só que pulou uma galera, ai não teve como. Eu fui um dos últimos a sair, e veio um grupo e me segurou. Eles não me agrediram, só cobraram por não ter ganho o clássico, e começaram a se aglomerar. Pouco depois chegou o policial e tirou eles e eu corri para o vestiário”.

Acuado no interior do estádio, Maringá e os outros companheiros passaram por momentos de angústia e de temor pela vida a cada informação que chegava, registrando um maior volume de vítimas fatais na tragédia.

“Só ouvíamos as bombas, os gritos, e as informações sobre o aumento de vítimas cada vez mais. Entrei em desespero nos vestiários. Pensei, vão invadir aqui e nos matar. Eu só temia pela minha vida ali. Foram as cinco piores horas da minha vida. Pra você ter ideia, o nosso rival teve que sair do estádio de tanque de guerra, de blindado. Onde já se viu isso no futebol?” No desespero, pensei ‘vou embora amanhã“, complementou Maringá.

Em sua segunda temporada no Arema, o goleiro revelou que já esteve em contato com os seus representantes e já foi tranquilizado pelo presidente do clube da Indonésia. O mandatário, inclusive, terá uma reunião em breve com os jogadores para tentar contornar o lado psicológico do trágico episódio. Maringá tem vinculo até 2024 na equipe asiática, e não descarta uma saída. O brasileiro acumula passagens por Rondonópolis, Gama, Mogi Mirim, no cenário nacional, e ainda teve uma trajetória no futebol português, onde defendeu Pinhalnovense, Beira-Mar e Vilafranquense.

Fonte Torcedores.com

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