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Quadrilha suspeita de roubo de carga com ramificação em Maringá, é alvo de operação da Polícia Civil de Curitiba

A Polícia Civil desmantelou, nesta quarta-feira (22/08), uma perigosa organização criminosa especializada em roubos de cargas. Em apenas dois meses, a quadrilha teria praticado pelo menos sete roubos, todos contra cargas refrigeradas para o transporte de carnes e derivados. A polícia estima que os roubos geraram um prejuízo superior a R$ 3,5 milhões para as transportadoras.

Durante a operação que iniciou na tarde de terça-feira (21/08), policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas (DFRC), cumpriram nove mandados de prisão preventiva expedidos pela 5ª Vara Criminal de Curitiba.

Além das prisões, os policiais apreenderam oito veículos (um Peugeot 206, um GM Corsa, um Ford Courier, um Peugeot 307, Hyundai HB20, um caminhão Mercedes Benz com câmara frigorífica e uma motocicleta 160 cilindradas), além de um revólver calibre 38 e um jammer (aparelho utilizado para bloquear o sinal rastreador de veículos).

As ordens judiciais foram cumpridas nos bairros Sítio Cercado, Pilarzinho e Abranches, em Curitiba, na Vila Pompéia, em Campo Largo e no bairro Rio Pequeno, em São José dos Pinhais. Outros dois mandados de prisão foram cumpridos em Maringá e na cidade de Porto Belo, em Santa Catarina. Os trabalhos tiveram apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

De acordo com o delegado-operacional da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), André Feltes, que coordenou as investigações, o grupo criminoso era extremamente organizado, com funções específicas para cada membro da quadrilha. “Havia uma divisão interna de funções, havendo responsáveis pela abordagem da vítima, outros pelo bloqueio do rastreamento do caminhão. Havia alguém para dirigir o veículo e outros para manter o motorista como refém até que o transbordo da carga fosse finalizado”, afirma Feltes.

Segundo o delegado, os líderes do grupo acompanham tudo à distância. Eles também seriam os responsáveis pela venda das mercadorias roubadas aos receptadores. “Além dos roubos que foram efetivados pelo grupo, nós contabilizamos outras dez tentativas. Em algumas delas, os motoristas chegaram a ser abordados, mas os suspeitos desistiram da carga por julgar que o carregamento era de baixo valor”.

De acordo com as investigações, além de armas de fogo e coletes de proteção balística, a quadrilha dispunha de um verdadeiro aparato tecnológico para roubar as cargas sem que o caminhão fosse imediatamente localizado. “Eles utilizavam um aparelho “jammer”, chamado popularmente por “capetinha” ou “chupa-cabra”, que pode neutralizar o rastreador via satélite GPS momentaneamente”, explica Feltes.

Para o delegado-chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), Alexandre Macorin, a atuação criminosa da quadrilha reflete em um prejuízo não apenas para as transportadoras, mas para a população de maneira geral. “As perdas causadas pelos roubos somadas aos investimentos das transportadoras em segurança, com escoltas e equipamentos de rastreamento, faz com que o produto final acabe ficando mais caro para o consumidor”, afirma.

ROUBOS – A polícia apurava inicialmente um crime de roubo ocorrido na madrugada do dia 07 de junho deste ano, na BR 277, no contorno sul, no bairro CIC. Na ocasião, dois homens armados com pistolas renderam o motorista, que transportava uma carga de carne bovina avaliada em cerca de R$ 150 mil. A vítima foi obrigada a dirigir até as proximidades do Ceasa, no bairro Umbará, e posteriormente foi mantida como refém em um matagal.

O motorista permaneceu sob a mira de armas de fogo por cerca de seis horas, até que os criminosos realizassem o transbordo da carga. Marlon Silva Celestino dos Santos e Jonathan Rafael Wilt Gonçalves foram reconhecidos por uma das vítimas.

No dia 1º de julho os suspeitos teriam roubado a carga de um caminhão carregado com 10 toneladas de frios, também no Contorno Sul. O mesmo aconteceu com um outro motorista na noite do dia 28 de julho. Ele foi interceptado na Rodovia do Xisto, em Araucária, quando transportava uma carga de frango congelado avaliada em R$ 82 mil. No dia 2 de agosto, a vítima foi outro caminhoneiro que seguia para Itajaí-SC, com aproximadamente 11 toneladas de carne bovina.

Os criminosos realizaram o último roubo no dia 04 de agosto, por volta das 21h. Eles abordaram o motorista de um caminhão que saiu da cidade de Tapejara (RS) com destino ao estado do Rio de Janeiro (RJ), com uma carga de cortes de frango. O motorista foi rendido no momento em que trafegava pela BR-116, no bairro Tatuquara. A vítima permaneceu como refém até às 05h do dia seguinte.

ALVOS:

1) Marcelo da Silva Oliveira, 36 anos, sem antecedentes criminais.

2) Luiz Eduardo Ferreira da Maia, vulgo Magrão, 34 anos, possui registro criminal pelo delito de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

3) Mauro Nicolau da Silva Junior, vulgo Juninho, 22 anos, possuí registro criminal por ameaça e por embriaguez ao volante.

4) Marlon Silva Celestino dos Santos, vulgo Cabelinho, 23 anos, não possuí registro criminal.

5) Ramon Wilt Morais, que recentemente completou 18 anos, possui, ainda quando adolescente, passagens por roubo e adulteração de veículo automotor.

6) Jonathan Rafael Wilt Gonçalves, vulgo Rafael, 27 anos, possui registros criminais pelos delitos de lesão corporal e ameaça.

7) Werllan Alves dos Santos, 30 anos, não possuí registro criminal.
8) Humberto Freire Vilela, vulgo Beto, 51 anos, possui registro criminal pelo delito de estupro. Preso em Maringá.

9) Tiago Peixoto dos Santos, vulgo Gastrite, 32 anos, é natural de Santa Catarina, sendo que por ora, não foi possível se identificar eventuais antecedentes criminais.

Os roubos ultrapassam um prejuízo superior a R$ 3,5 milhões

Veja as Fotos

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